O autor e ilustrador Nelson Cruz visitou a Biblioteca Comunitária "Tia Clô", com o intuito de interagir com os jovens leitores que frequentam o espaço de leitura. Através de um bate papo o artista contou um pouco sobre sua história pessoal e suas histórias "inventadas", assim como seu processo criativo que resultam nas mais belas ilustrações, que vem a muito conquistando o espaço literário brasileiro e angariando os mais importantes prêmios do segmento. A tarde foi maravilhosa e muito proveitosa. O Nelson Cruz tirou várias dúvidas com relação à confecção, planejamento, criação e ilustração do livro.


 As crianças surpreenderam com o número de perguntas que surgiram...
Nelson Cruz e Rita (mediadora de leitura da biblioteca Além das Fronteiras"
Nelson Cruz é autor e ilustrador de vários livros importantes da literatura infantil e juvenil, como por exemplo "Os Herdeiros do Lobo" (Edições SM) , exemplar ganhador do prêmio Jabutí de 2010 na categoria "melhor livro infantil"

E enquanto isso no mesmo dia e mesmo horário, na Biblioteca "Mundo do Saber" a autora e ilustradora Marilda Castanha, realizou uma oficina muito interessante sobre a construção de livros. O bate papo percorreu todas as principais etapas da elaboração de um livro e as partes que o mesmo deve conter, como capa (e suas informações essenciais), contra capa, paginação, entre outros. Para tanto Marilda utilizou da mais alta tecnologia: o seu "i-quepode". De forma lúdica ela apresentou as características do livro através de um computador de papelão, que chamou atenção dos jovens.

O "i-quepode" da Marilda possui as teclas "criatividade", "imaginação", entre outras...
A curiosidade pelo "i-quepode" foi geral

 
 Conforme a oficina ia prosseguindo, Marilda ia passando pelas meses tirando dúvidas, ajudando nas composições, conversando com os participantes. Foi uma tarde proveitosa, e ressalto dois pontos que foram primordiais para o sucesso da atividade: o contato dos leitores com o livro e suas partes, e a oportunidade de ouvir e conversar com personalidades que fazem parte do acervo da biblioteca e que figuram também nas mediações de leitura oferecidas.

Marilda Castanha é autora e ilustradora. Destacamos aqui o livro "Pindorama" (editora Cosac Naify), ganhador de diversos prêmios, entre eles o Jabuti de Melhor Ilustração de Livro Infantil ou Juvenil (CBL, 2000).

A oficina da Marilda gerou vários livros interessantes. Os jovens usaram e abusaram da criatividade e alguns resultados vocês verão em novas postagens, em breve!
A Biblioteca Comunitária Além das Fronteiras encerrou nesta semana as atividades referentes a Consciência Negra. As mediações foram de livros que retratatam e resgatam a diversidade cultural. O livro mediado foi: Três contos africanos, de Rogério Andrade Barbosa.

 Livros sobre a diversidade cultural


E dentro do espaço da biblioteca as crianças e adolescentes escutaram a lenda do Maculelê e também vivenciaram a dança. Abaixo uma breve informação sobre o maculelê:
 
"O Maculelê é uma dança, um jogo de bastões remanescente dos antigos índios cucumbis. Esta "dança de porrete" tem origem Afro-indígena, pois foi trazida pelos negros da África para o Brasil e aí foi misturada com alguma coisa da cultura dos índios que aqui já viviam.
A característica principal desta dança é a batida dos porretes uns contra os outros em determinados trechos da música que é cantada e acompanhada pela forte batida do atabaque. Esta batida é feita quando, no final de cada frase da música, os dois dançarinos cruzam os porretes batendo-os dois a dois". 

A lenda:

"Em uma delas conta-se que Maculelê era um negro fugido que tinha doença de pele. Ele foi acolhido por uma tribo indígena e cuidado pelos mesmos, mas ainda assim não podia realizar todas as atividades com o grupo, por não ser um índio. Certa vez Maculelê foi deixado sozinho na aldeia, quando toda a tribo saiu para caçar. Eis que uma tribo rival aparece para dominar o local. Maculelê, usando dois bastões, lutou sozinho contra o grupo rival e, heroicamente, venceu a disputa. Desde então passou a ser considerado um herói na tribo".


Fonte: www.wikipedia.org
A participação especial de hoje, na nossa sessão "Artigo de Opinião" é do ilustrador maranhense, que está em Goiânia, Santiago Régis. Ele já é um "velho" conhecido e colaborador das ações do Pólo de Leitura "Sou de Minas, Uai". Foi idealizador da nossa identidade visual e inclusive projetou o layout desse blog. Além da participação em vários projetos artísticos em Goiânia e Belo Horizonte, já possui dois livros ilustrados e publicados, onde empresta toda a magia e leveza de sua aquarela.
Abaixo, conferimos em seu artigo uma breve discussão sobre como nossa identidade é afetada pelos meios midiáticos, sobretudo a industria do cinema.
Na Biblioteca Comunitária "Mundo do Saber" já se tornou uma tradição a preocupação com a ambientação do espaço. De mês em mês o mediador de leitura procura brincar com a ornamenatação de forma a criar um ambiente agradável, lúdico, informativo. Os temas são variados e em sua maioria visam a divulgação de autores, obras, personagens e gêneros literários. Nesse mês de dezembro a biblioteca voltou sua atenção para o espírito natalino:

E para completar, esse ano o amigo oculto dos funcionários do GDECOM (Grupo de Desenvolvimento Comunitário), instituição onde está inserida a biblioteca, será LITERÁRIO. O foco da mediação está na poesia e como uma espécie de correio elegante, os participantes estão trocando poemas e poesias anonimamente e as identidades só serão reveladas no dia 22 de dezembro. Nesse dia ao invés de presentes convencionais, iremos trocar livros de poesias em uma festa de confraternização. Para tanto, fora organizado na biblioteca um cantinho com uma cesta, onde são depositados os poemas e vários exemplares de livros dos principais poetas de nossa literatura para consulta e empréstimo. Essa atividade está aproximando os funcionários da biblioteca, incentivou a visita mais frequente e aumentou o número de empréstimos.
No dia 22 de novembro, ocorreu o Fórum de Políticas Culturais de Minas Gerais, promovido pelo MinC (Ministério da Cultura), Secretaria de Estado de Cultura, Funarte - MG, Fundação Municipal de Cultura, UFMG, Associação Mineira de Municípios e Observatório da Diversidade Cultural.
A implantação do Sistema Nacional de Cultura tem como foco articular a federação, poderes públicos e sociedade em torno da cultura como fator de desenvolvimento nacional. Estados e municípios serão mobilizados para estruturarem seus próprios sistemas, com órgãos gestores, conselhos, planos e fundos. É por intermédio destas estruturas que as políticas serão operadas e os entes da República estabelecerão diálogos e parcerias.
O PÓLO SOU DE MINAS, UAI! – BH esteve presente no Fórum, pois as discussões sobre cultura incluem os mecanismos de financiamento e de fomento às artes, assim como a literatura (bibliotecas), dança, música, etc.
 Fábio (comunicação), Daniela, Rita de Cássia e Rafael (mediadores de leitura), Adriane (comunicação).

Entrega de "diplomas" aos participantes do Fórum

Clarice de Assis Libânio
No dia 11 de novembro , os integrantes do Pólo de Leitura "Sou de Minas, Uai" e mais alguns convidados participaram de uma oficina de formação sobre "Políticas Públicas Para a Área Cultural". O mini curso foi ministrado pela coordenadora da ONG "Favela É Isso Aí" Clarice de Assis Libânio. A pauta transcorreu conforme os interesses e necessidades dos integrantes do Pólo, ou seja, com foco na atuação em projetos de leitura e incidência política. Essa dinãmica só foi possível, pela preocupação da palestrante em trazer uma programação diversificada e com exercício da escuta. Fizemos um breve, mas esclarecedor passeio pelas políticas públicas de cultura no Brasil, as relações e incidências que permeiam a discussão de "política pública e planejamento", "a importância do diagnóstico da realidade", "as dimensões da cultura", "políticas públicas do livro e da leitura" e seus eixos, entre outras questões.


O Pólo Sou de Minas, Uai!, teve a oportunidade de conhecer alguns integrantes dos Pólos de Leitura de todo Brasil, incluindo o Pólo Baixada Literária, no Encontro de formação e Seminário de Comemoração dos 20 anos do Instituto C&A.

Para conhecer um pouquinho:



"O Pólo baixada literária surge a partir dos movimentos sociais que percebem a necessidade das comunidades por bibliotecas comunitárias, pois os espaços públicos literários em sua maioria se concentram nos grandes centros. O objetivo do Pólo é "Democratizar a leitura na Baixada Fluminense através de ações articuladas entre diferentes atores sociais." Iniciamos a partir da união de SEIS bibliotecas de incentivo à leitura situada nos municípios da Baixada Fluminense que são Bibliotecas Comunitárias Paulo Freire (AMRF), SARITA (SARITA) Mágica e Ventura (CISANE), situadas no município de Nova Iguaçu e a Biblioteca Nossa Casa (NOSSA CASA) localizada em São João de Meriti. E surgiu devido à falta de acesso à cultura literária e a partir da iniciativa do Instituto C&A.

Este Pólo de Leitura tomou proporções significativas, pois neste momento nos transformamos em MOVIMENTO BAIXADA LITERÁRIA que arrebatam pessoas, grupos , instituições e outros. Estes são cadastrados e chamados de Pólos de Leitura que integram o movimento formando um desenho que em a finalidade de priorizar e transforma a qualidade da capacidade leitora do Brasil e trazer a leitura para o dia-a-dia do cidadão.Nesta perspectiva algumas Instituições da Baixada Fluminense estão se entregando ao Movimento Baixada Literária a partir de outros parceiros em potencial que através do coletivo vem conquistando credibilidade e visibilidade.

Contudo, acredita-se que o Pólo desempenha um papel significativo na descentralização da cultura literária contribuindo desta forma para a formação de uma Baixada Leitora.

Por que... "É o que você lê quando não tem que fazê-lo que determinará o que você será quando não puder evitar." Oscar Wilde.""

PARA MAIS INFORMAÇÕES SOBRE ESTE PÓLO DE LEITURA VISITE O BLOG
http://movimentobaixadaliteraria.blogspot.com
Fonte: Blog Baixada Literária

O Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ), maior evento da América Latina dedicado ao gênero, na sua 7ª edição, traz a Belo Horizonte, convidados de renome nacional e internacional, oficinas, exposições, bate-papos e feira de quadrinhos. 
Como parte integrante do Pólo de Leitura 'Sou de Minas, Uai!', a Mediadora de Leitura Daniela, foi prestigiar o evento.
A abertura oficial aconteceu ontem, dia 09, e contou com diversos convidados, como: Marilda Castanha - Autora e Ilustradora, Maurício de Souza - Autor e Ilustrador, Nelson Cruz - Autor e Ilustrador, João Marcos - Ilustrador, entre outros.
A Mediadora teve o prazer de conhecer e conversar um pouco com os os convidados. Com certeza foi um momento emocionante, principalmente conhecer o Maurício de Souza, já que seus quadrinhos fazem parte da infância, adolescência e vida adulta de muitas gerações.
 
Maurício de Souza e Daniela

Daniela entre os Ilustradores João Marcos (Esq), Marilda Castanha (Esq.) e Nelson Cruz (Dir.)
"Aos amantes dos quadrinhos, o espaço merece a visita. É uma oportunidade de se emocionar, voltar ao passado e assim como eu, lembrar os tempos de criança."
O Festival é uma realização da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Fundação Municipal de Cultura, na Serraria Souza Pinto, e vai até domingo, dia 13. 
Mais detalhes no site: www.fiqbh.com.br

Por:Daniela-mediadora de Leitura.
Biblioteca Comunitária Livro Aberto.

Plínio Camillo – nasceu em 26 de novembro de 1960. Aos três anos descobriu que as letras tinham significados. Aos cinco, a interrogação. Aos nove, não era sintético. Aos 12, quis ser espacial. Aos 15, conquistou a exclamação. Aos 17 viu os morfemas. Aos 20 estava no palco. Aos 22 se viu como um advérbio. Aos 25 desenredou a Lingüística. Aos 27 redescobriu as reticências. Aos 30, a juventude. Aos 35 recebeu o maior presente: a filha que lhe trouxe a felicidade. Aos 40 desvendou uma ligeira maturidade. Aos 41 volta para Sampa!!!. Aos 45 recebeu o prazer de viver em companhia. Aos 50 anos, usa óculos até para atender telefone. Aos 51, se diverte escrevendo. Mantém dois blogs: 
 
Escritos e sobrescritos (http://pliniocamillo.wordpress.com)
 
 
No ônibus

Por Plínio Camillo

Minha mãe sempre me levava de ônibus para a escola.
Lá eu ficava o dia inteiro. Brincava, lanchava, tomava meus remédios, almoçava, brincava, lanchava e tomava outros meus remédios.

A canoa virou / Por deixar ela virar / Foi por causa do Luiz que não soube remar.
Se eu fosse um peixinho / E soubesse nadar / Tirava o Luiz do fundo do mar.

As tias, que não eram irmãs da minha mãe e nem do meu pai, mais tarde: me davam banhos, trocavam as minhas fraldas e o jantar.

Meio de soneca, de noite, minha mãe me pegava e de ônibus me levava para casa.

Sempre na ida e muitas vezes na volta, no ônibus estavam: a moça de calça apertada, a de barriga de fora, a com cara de peixe, a magrela de blusa florida, a gordona com a bolsa grande, a velha que peidava fininho, o casal de pombinhos, o vesgo que falava sozinho, o homem que rezava baixinho, o rapaz com uma tiara no cabelo, o velho fedido, a menininha faladeira e sua mãe fofoqueira. As amigas da minha mãe, minha mãe e eu.
O motorista sempre era o mesmo e só mudavam os cobradores.
Eu preferia a moça com um brinco no nariz. Ela gostava de cantar e contar piadas. Já o velho de bigode pintado de preto, era muito rabugento, mas sempre dava bala para mim.
Minha mãe não gostava dele! A amiga dela sim!

— O que aconteceu que não veio ontem?
— Fiquei resfriada…

— Vai piloto!!! A gente tem família para cuidar!

— Não veio ontem?
— Acordei atrasada, o meu neguinho chorou a noite toda!

— Motorista, para de paquerar. Vamos! Vamos!!!!

— O que aconteceu?
— Meu marido voltou ontem …

— Um passinho pra frente por favor .

— Motorista! Isto aqui não é avião, não;

— Um passinho para trás, por favor!!

Outro dia, em uma ida:
— Ele me deixou — disse o rapaz com uma tiara branca no cabelo, unhas pintadas e os olhos inchados
— Fica assim não — disse a moça de calça apertada que estava com uma saia branca também apertada.
— Falou que não agüentava mais viver comigo
— Fica assim não
— Quero morrer … meu Deus … morrer!!

Na volta de outro dia, o rapaz com uma tiara verde no cabelo e com as unhas borradas conversava sobre flores e sementes com o homem que rezava baixinho.

Nesta volta, no banco de trás, vi a menina faladeira brincando com a boneca.

Borboletinha / Tá na cozinha / Fazendo chocolate / Para a madrinha / Poti / Poti / Perna de pau / Olho de vidro / e nariz de pica pau / Pau

— Motorista!!!! É casado com mulher feia??? Senta a ripa!!

Numa noite fria e chuvosa. Todas as janelas estavam fechadas. Eu apreciava o teto e o ônibus parou em um ponto. Entrou um homem muito grande, muito bonito e muito barbudo que carregava um saco sujo. A amiga da minha mãe falou que ele fedia xixi!!!
Todos ficaram com medo. Eu não tinha medo do homem do saco.
Ele foi andando pelo corredor de cabeça erguida, olhando para todos.
Parou do lado daminha mãe.
— Qual o nome dele?
— Luiz — disse a minha mãe não olhando para o bonito homem do saco
— Num é muito grande para ficar no colo?
— Não é da sua conta!
— É muito babão também!!
— Não é da sua conta.
-- Parece meio debão ...

Minha mãe olhou feio para e o Homem bonito com cheiro de xixi.
Ele ficou olhando para mim. Sorriu.
Sorri.
Riu
Gritei.
Riu mais.
Sorri e gritei.

Logo desceu. O cheiro do homem bonito ficou.

— Motorista! Na próxima vez que abrir a porta pra esse sujeito, vou reclamar com o fiscal!

Outra ida.
— Ele me deixou! — disse a moça de calça apertada com um vestido creme muito apertado, que dava para ver a calcinha vermelha e com os olhos inchados
— Fica assim não — disse o rapaz com uma tiara cor de rosa no cabelo
— Falou que não agüentava viver comigo.
— Fica assim não
— Quero morrer … Meu Deus … morrer!!

Na mesma volta, a moça de calça apertada com um com um vestido creme muito apertado que dava para ver a calcinha preta conversava com a cobradora e ria alto das piadas.

Nesta volta, no banco de trás, ouvi da menina faladeira brincando com a boneca:
Fui certa vez na casa do japonês / e o japonês taco cigarro no chão / A japonesa começou a me ameaçar / E o japonês quis por a bomba em minha mão / e disse então: Cata aí / cata aí / / cata aí / / cata aí / cata / cata aí / / cata / cata / cata já./ Tu me mandou cata Japão? / Cata aí tu que tu que taco no chão

Outro dia o meu pai me levou para a escola.
Foi no mesmo dia que a minha mãe caiu da escada e ficou com o olho roxo.
Entramos no ponto de sempre.
Ele me colocou sentado sozinho no banco. Não consegui ficar parado. Queria ficar, mas não conseguia. Meu pai me ajeitou e ficou de pé. Não queria deixar o meu pai bravo. Sempre que meu pai ficava bravo a minha mãe caia da escada.

À noite, o meu pai demorou muito!
Na escola sobraram: a tia Dalva, eu e o vigilante, Seu Zé.
A tia Dalva falou para o meu pai que não podia fazer aquilo comigo.
Meu pai gritou para a tia Dalva que eu era um retardado.
Tia Dalva gritou que não podia dizer aquelas coisas na minha frente.
Meu pai gritou mais alto que eu era um bocó de mola.
Tia Dalva chorou e o Seu Zé mandou o meu pai me levar logo

Meu pai me carregou.
Carregou muito apertado. Bufou e falou baixinho que eu era um imbecil.
No ponto, disse que eu estava muito pesado.

Na ultima volta, o motorista deixou o ônibus cair em um córrego.
Voei do colo da minha mãe e bati a cabeça.

Depois ... todos brincavam de roda

Sapo Cururu / Na beira do rio / Quando o sapo grita:/ ó Maninha / Diz que está com frio / A mulher do sapo / é quem está lá dentro / Fazendo rendinha / ó Maninha / pro seu casamento.

Procurei a minha mãe e ela pulava corda com o rapaz com uma tiara azul celeste no cabelo.
Ela me viu, me beijou e voltou a pular.
Quis chorar e me chamaram para brincar de roda.

Ciranda / cirandinha / vamos todos cirandar / Vamos dar meia volta / Volta e meia vamos dar / O Anel que tu me destes / era vidro e se quebrou / O Amor que tu me tinhas / era pouco e se acabou / Por isto o Seu Luiz / faça o favor de entrar na roda / diga um verso bem bonito / diga adeus e vá se embora.

Fui para o meio da roda e disse que sou pequenino com a cabeça torta e meu pai não gosta.

Todos deram as mãos e com um grande pulo chegaram à lua, onde viveram o resto de seus dias.

Fui morar com a madrinha da minha mãe.
Nana nenê / Que a Cuca vem pegar? Mamãe foi pro céu / Papai foi passear


Ilustração: Ethel Traphagen The Wiley Technical Series Costume Design and illustration (New York: John Wiley & Sons, Inc., 1918) 36
 
A mediadora de leitura Daniela, da Biblioteca Comunitária Livro Aberto, esteve em Sabará, visitando a Borrachalioteca, ou seja, uma borracharia que também é biblioteca. Entre pneus, mangueiras, rodas de carros, estantes nas paredes abrigam diversos livros. O local faz empréstimos e recebe crianças e adultos de todas as idades.

Borrachalioteca

A notícia da Borrachalioteca se espalhou na região e na mídia e hoje eles recebem uma enorme quantidade de doações de diversos tipos de livros. Onde essas doações são repassadas para interessados em montar seus espaços literários. A Borrachalioteca já conta com diversas unidades, até mesmo no presídio municipal, além de oficinas de poesia e percussão, casa de arte entre outros projetos.
 Existe também o grupo Arautos da Poesia, uma iniciativa da Borrachalioteca de Sabará, que tem por objetivo aproximar crianças, jovens e adultos ao mundo da poesia. O grupo realiza encontros e pesquisa sobre obras poéticas de autores, e declamam em eventos diversos.

A mediadora Daniela esteve também na casa da contadora de história Águida Alves, esposa do Marcos Túlio, o idealizador da Borrachalioteca. Casa que na verdade parece uma “Biblioteca”, visto que as doações recebidas são encaminhadas para lá.
Daniela-Mediadora de Leitura, Aguida-Contadora de História

Foi feita uma doação de diversos livros para a Biblioteca comunitária Livro Aberto, que a equipe e usuários agradecem imensamente!

Foi um momento de verdadeira troca de experiência, visto que Mediadora de leitura e contadora de história tem um interesse em comum: divulgar a importância da leitura a todos e fazer das Bibliotecas um lugar acessível e agradável, estando localizadas nas comunidades ou dentro de uma borracharia!



Por: Daniela-Mediadora de Leitura
Biblioteca Comunitária Livro Aberto

No dia 1 de novembro realizamos a mediação do livro: "Sete histórias para sacudir o esqueleto", de Angela Lago. O livro tem sete contos e o escolhido foi: Dançando com o morto. Foi realizado também um teatro com o tema do  Dia das Bruxas e também expostos na biblioteca livros de suspense e terror.
O tema despertou a imaginação de crianças e adolescentes.

Momento de suspense na história e no teatro.

As crianças em contanto com os atores após a apresentação.

Do dia 20 de outubro a 4 de novembro esteve em vigor a promoção do Pólo de Leitura "Sou de Minas, Uai". 

SORTEIO: sou amante da leitura e quero livro http://kingo.to/RuG #soudeminasuai RT e concorra

Obrigado a TODOS que participaram e ajudaram a divulgar o nosso projeto de leitura. Continuem acompanhando o Pólo na rede e continuemos na luta pela disseminação da leitura literária.

E o grande ganhador da nossa PROMOÇÃO foi o Abraão Antunes Silva de São Paulo ( perfil no twitter @abrapira_

Você receberá em sua casa um lindo box "Alice no País das MaravIlhas e Alice Através do Espelho" - 2 Volumes, lançado pela editora Salamandra. 

Abraão. É com carinho que enviaremos o nosso presente para você e que ele seja uma contribuição para momentos de brincar com o imaginário. PARABÉNS!!! 

  


Avisaremos o ganhador por postagem aberta e DM, devendo o mesmo retornar o contato em até 3 dias corridos.

Publicaremos um printscreen com o número do vencedor.
O prazo de envio do livro é de até 30 dias e o custo de postagem é por conta do Pólo Sou de Minas, Uai!






Nesse mês de outubro, iniciamos o projeto "Quebra Cabeças para Criar Elos", afim de utilizar de mais uma ferramenta de sedução pelo ambiente da Biblioteca Mundo do Saber ("Sou de Minas, Uai"), garantindo também uma presença mais frequente dos jovens leitores. A montagem começou de forma despretensiosa, pois era algo novo para a equipe e não sabíamos se daria certo. Por fim leitores, visitantes e funcionários passaram a contribuir com a montagem das peças. Cada pessoa que chegava à biblioteca já se deparava com o belo quebra cabeças com a representação do mapa-mundi e o mediador responsável pelo espaço desafiava o leitor a se aventurar na construção.

O mediador de leitura, as bibliotecárias do projeto de leitura, assim como os demais educadores da instituição, auxiliaram os jovens quanto á melhor maneira de se montar o mapa. Nesse trabalho tivemos a oportunidade de estabelecer contato com a estrutura de um mapa, dos países, permitinho uma localização espacial do nosso país. O mais interessante e importante de tudo é que esse processo aconteceu de forma natural e nada didática. O objetivo de aumentar as visitas constantes ao espaço de leitura foi alcançado, e a promoção da interação também, o que só soma pontos ao trabalho de mediação de leitura, pois contribui para uma mudança de mentalidade sobre o papel da biblioteca em suas características de local vivo e dotado de informação. 


"Eu gostei muito do quebra-cabeças porque fala do mundo. É muito legal. E também é muito importante para todos que vai lá montar um pedaço." Daví da Silva Ramos, 9 anos.


"Legal. Agora vai ter outros quebra-cabeças?" Andrey Cristian de Souza Lima, 6 anos.

E eis o Quebra- Cabeça FINALIZADO!!!


Foi muito gratificante lidar com a ansiedade dos jovens em ver o trabalho finalizado, como também a desconfiança se o quebra cabeças estava completo e as vezes o desânimo de continuar, principalmente quando restavam só peças azuis (dos oceanos) dificultando a montagem!!!




A convidada de hoje da sessão "artigo de opinião" é a Bibliotecária Regina Segurado, uma paulistana que mora em Belo Horizonte. Há alguns meses, tem dado suporte técnico para o Pólo de Leitura "Sou de Minas, Uai" nas questões referentes à organização geral das bibliotecas. É uma pessoa que reconhece o livro e  seu papel transformador. Acredita que a informação deve circular para fazer sentido e aplica esse posicionamento em sua vida pessoal e profissional. Confiram o texto abaixo: 

Arthur Mee and Holland Thompson, eds. The Book of Knowledge (New York: The Grolier Society, 1912)

Ainda existem mulheres que para sentirem-se vivas, limpam exaustivamente a casa. Será por acharem-se sujas, como sugere os manuais de psicologia? Ou porque precisam “justificar” a vida, ter uma razão para viver? A vida é um presente de DEUS para nós, não precisa de justificação, explicação, motivo. É tão somente VIDA!!! E é preciso vivê-la intensamente à cada instante com garra, alegria, confiança; saborear cada minuto prazerosamente, porque o tempo, esse, é implacável, inexorável, não retorna. Nada contra o fato de que é preciso viver em um ambiente limpo e saudável, mas não dá para se viver apenas em função dessa atividade. É preciso ir além, muito além do fazer repetitivo, compulsivo, obsessivo.

A cada instante nós podemos, nós temos a condição, a aptidão, a necessidade inerente no ser humano de crescer intimamente, transformar, transpor o limite da mesmice, da rotina, do cotidiano; fazer de um nada, tudo. Criar, inventar, reconstruir, esta é uma das grandes dádivas do ser, chamado humano: conseguir ultrapassar os dogmas do préestabelecido.

De repente me vem a idéia de que a melhor, mais salutar, mais importante faxina que podemos fazer é a “faxina interior”, a limpeza no coração, na mente, no ego.Tirar as “ervas daninhas” que poluem o jardim da nossa VIDA. Mágoas, ressentimentos, preconceitos, VERDADES construídas por nós. Nos livrarmos dos julgamentos sobre o outro, sobre posses, bens e propriedades que achamos que são de suma relevância.

Pensar em apenas viver, dia a dia como “se não houvesse amanhã”. Apenas inflar os pulmões, olhar o céu estrelado, sentir o perfume das flores, sorrir para uma criança, ouvir música, ler um bom livro, ver um belo filme, beber um vinho, compartilhando tudo isso com alguém que, sem dúvida, precisa valer a pena.

São Paulo, 29 de outubro de 2011
Bibliotecária